A depressão é considerada um dos fatores de risco que geram agravos significativos, envolvendo prejuízo funcional, atrasos do processo de reabilitação e complicações na evolução. Identificar a natureza desta é levar em conta seus comprometimentos e o impacto no tratamento.
Alguns dos comprometimentos cognitivos estão relacionados a problemas na memória, dificuldade na eficiência da capacidade de planejamento e execução de planos de ação, na atenção sustentada e perda da iniciativa e irritabilidade.
A depressão apresenta comorbidades que podem apresentar comorbidades e alterações relacionadas aos aspectos físicos, cognitivos e afetivos emocionais, sendo ainda considerada uma alteração psiquiátrica que ocorre numa frequência significativa em pacientes com podem estar associados a um índice de aumento no período de hospitalização e diminuição da qualidade de vida.
Podemos definir que a depressão, do ponto de vista psicológico, tem uma relação fundamental com as experiências de perdas, e geralmente aparecem após perdas significativas: pessoas, status, moradia ou de algo puramente simbólico. Em alguns casos há uma entrega passiva onde o paciente perde a esperança, acreditando que não possa ser curada, ou então, a cura não interessa em razão das perdas, podendo gerar pensamentos automáticos, de que não mereça melhorar, diante do que tenha acontecido.
Podemos considerar dois tipos de depressão: o luto e a melancolia;
- No luto: tem uma relação no campo da normalidade.
- Na melancolia: entramos no campo psicopatológico.
A depressão envolve alguns transtornos melhores definidos seus critérios diangósticos no DSM-5-TR, como:
- Transtorno disruptivo da desregulação do humor: sua característica é a irritabilidade crônica grave.
- Transtorno Depressivo Maior: a característica essencial é o período, que poderá ter humor depressivo ou perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades, com prejuizos clinicamente significativo.
- Transtonos Depressivo Persistente (Distimico): evidencia humor deprimido na maior e maioria da parte do dia, num período mínimo de dois anos, sendo considerada uma depressão mais crônica, e o Disfórico com expressões de labilidade, irritabilidade, disforia e sintomas de ansiedade.
- Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, que algumas vezes podem estar associados a fenômenos semelhantes à depressão.
- Transtorno depressivo devido a outra condição médica: é um período proeminente e persistente de humor deprimido ou de diminuição acentuada de interesse ou prazer; o início da depressão parece ser muito agudo, no pós AVC, entretanto, em algumas situações, o início da depressão ocorre semanas a meses depois do AVC.
Quanto aos sintomas da depressão existem variações de forma e de grau, alguns de seus sinais e sintomas são: baixa auto-estima, sentimento culposo, aumento significativo da intolerância a perda e frustrações, elevado nível de cobranças consigo mesmo, submissão total ao julgamento de terceiros.
Aspectos da depressão no campo da neuropsicologia e da reabilitação neuropsicológica.
Um dos objetivos da avaliação neuropsicológica é auxiliar no diagnóstico diferencial de quadro neurológico e neuropsiquiátricos, sendo possível investigar a natureza e o nível da alteração cognitiva e comportamental. Durante o processo de avaliação neuropsicológica serão realizados testes, mas não somente isso, com seus resultados é possível o raciocínio de hipóteses diagnósticas e identificar a extensão da alteração cognitiva, discrimina as funções comprometidas e o impacto destas na atividade de vida diária, tanto no âmbito social e/ou pessoal do indivíduo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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